Conheça os valores do Mercado de Trabalho Canadense

Quem está planejando imigrar para o Canadá não pode deixar de ver esta palestra sobre os valores da sociedade e do mercado de trabalho canadense.

Tenho certeza de que após ver os vídeos vocês terão uma visão bem mais clara de como as coisas funcionam aqui e terão mais insumos e informação para melhor se planejarem com o intuito de enfrentar os obstáculos que normalmente nós, imigrantes, temos que enfrentar.

A palestra é em inglês, mas os vídeos foram legendados em Português, graças ao trabalho e dedicação das seguintes pessoas: Carlos Luz Junior, Alexei Aguiar, Denise Marques Leitão e Grazi Siqueira.

Parte 1:

Parte 2:

Parte 3:

Parte 4:

O vídeo original pode ser acessado a partir do link: http://atwork.settlement.org/sys/atwork_whatshappen_detail.asp?anno_id=2007749

Avaliação mostra que imigrantes estão se saindo bem no Canadá

Ottawa, 25 de novembro de 2010 – Avaliação revelou que imigrantes selecionados na categoria de trabalhadores qualificados estão contribuindo com a economia do Canadá.

A avaliação procurou estabelecer se o atual programa de imigração, referente à categoria de trabalhadores qualificados, permitiu selecionar imigrantes com maiores chances de se estabelecer com sucesso no Canadá. Em 2009 eles somaram aproximadamente 10% de todos os imigrantes que se estabeleceram no país – 25% se considerados conjuges e dependentes.

Segundo o estudo, os principais indicadores de sucesso econômico de um imigrante são:

  • Ter uma oferta de trabalho, no momento de fazer a demanda de imigração;
  • Capacidade de se comunicar em inglês e/ou francês;
  • Possuir experiência profissional no Canadá, antes de fazer a demanda de imigração.

Com menos importância, foram citados os seguintes Indicadores:

  • Ter estudado no Canadá por um período de dois anos ou mais;
  • Ter parentes que residem no Canadá.

“A avaliação revela que os imigrantes qualificados tem obtido sucesso e estão preenchendo certas lacunas em matéria de mão-de-obra” – declarou o Ministro de Cidadania, Imigração e Multiculturalismo Jason Kenney. Os resultados vem desmistificar o estereótipo de “doutores dirigindo taxi”.

Os resultados também indicam que os critérios de seleção, adotados com a Lei de Imigração e Proteção de Refugiados, como ênfase nas competências linguísticas e oferta de emprego no Canadá, permitiram melhorar os resultados dos imigrantes qualificados. O salário dos imigrantes selecionados através destes critérios é 65% maior do que os selecionados pelos antigos critérios e atingem em média 79 mil dólares canadenses após 3 anos da chegada no país. Além disso, estes imigrantes são menos suscetíveis a depender de seguro desemprego e ajuda social.

“É com prazer que vemos como resultado desta avaliação, que o programa de imigração tem funcionado como esperado… Nós estamos determinados a melhorá-lo e iremos procurar melhorias no decorrer das próximas semanas”, declarou o ministro Kenney.

Algum imigrante aí disposto a dar um depoimento sobre este estudo? Deixe um comentário.

Fontes:
http://www.cic.gc.ca/francais/ministere/media/communiques/2010/2010-11-25a.asp (em Francês)
http://www.cic.gc.ca/english/department/media/releases/2010/2010-11-25a.asp (em Inglês)

Emprego no Québec: À procura de mão de obra qualificada

Apesar dos efeitos da crise econômica que atenuaram temporariamente os problemas de escassez de mão de obra, as empresas se vêem novamente com este problema, é o que conclui um estudo da Federação de Câmaras de Comércio do Québec (FCCQ).

Emploi Québec

Emploi Québec

As dificuldades de recrutamento e de retenção da mão de obra se agravaram.

…O Québec registrou uma progressão de 125 300 empregos entre setembro de 2009 e setembro 2010, A taxa de desemprego era de 7,7% em setembro do ano passado. Nós recuperamos os empregos perdidos durante a crise financeira e a disponibilidade de mão de obra qualificada volta a ser um problema de primeira ordem às empresas…

explica Françoise Bertrand, presidente e diretora geral da Federação de Câmaras de Comércio do Québec.

Para chegar a esta conclusão, a FCCQ conversou com 950 pessoas do mundo dos negócios, entre novembro de 2008 e junho de 2010.

A FCCQ analisou a maneira em que as empresas do Québec se adaptam à escassez de mão de obra e como elas se preparam. Ela também observou o impacto das mudanças feitas pelo governo para satisfazer a demanda de empresários e trabalhadores.

Pontos em destaque:

  • A demanda intensiva de melhores empregados custa às empresas, por ano, centenas de milhões de dólares.
  • Os empresários devem fazer importantes concessões sobre a qualificação e experiência das pessoas que eles recrutam. As empresas compensam com formação interna.
  • Apesar do contexto de escassez, as empresas, em geral, não aumentaram o investimento em treinamento de seus empregados.
  • Apesar dos esforços do governo, existe ainda uma deficiência em relação à uma formação adaptada às necessidades do mercado de trabalho e a imigração.

A porcentagem de empresas com escassez de mão de obra é de 51% para os atacadistas e distribuidores, 67% para empresas do ramo de serviços e 75% para indústrias. O problema afeta 58% das empresas na área da região metropolitana de Montréal e 77% das empresas situadas fora da métropole.

Uma possível solução, de acordo com o estudo, reside nos próprios empregadores.

…As empresas e os sindicatos devem ser mais flexíveis na organização do trabalho e investir na retenção de seus funcionários. Eles também devem procurar o apoio de instituições de ensino e investir em formação. Nas áreas urbanas, eles devem se interessar mais no trabalho de imigrantes e de trabalhadores temporários…

diz Françoise Bertrand.

Além disso, a Federação constata que a rede de centros de formação profissional e os cegeps devem contribuir mais no sentido de oferecer formação in loco.

Quanto à imigração, a Federação considera que as regiões pondem contar com os imigrantes, mas apenas à título de trabalhadores temporários.

O desafio reside na melhoria do processo de seleção de imigrantes. De acordo com o Auditor Geral do Québec, apenas 9% dos imigrantes selecionados pela província satisfazem o critério de formação em demanda do mercado de trabalho.

Nota: Este post é uma livre tradução de uma matéria publicada no site da Radio-Canada, que você pode conferir clicando em: http://www.radio-canada.ca/nouvelles/Economie/2010/11/04/007-penurie-emploi.shtml

Quanto custa imigrar para o Québec?

Esta é uma pergunta que tem sido recorrente, tanto nos meus comentários quanto em conversas com futuros imigrantes, que encontro aqui em Montréal.

Não existe resposta exata para esta pergunta, mas vou deixar aqui alguns dados para servir de subsídio para quem está na dúvida.

Dólar Canadense

Você já conhece o dólar canadense?

Primeiro, é preciso considerar os gastos com o processo em si (documentos, burocracia, etc) que eu já relatei em um post antigo: http://www.pedrosilva.com.br/blog/imigracao-para-o-quebec-o-que-ja-gastei-ate-agora-atualizado/.

E, segundo, são os gastos aqui no Canadá. O recém chegado tem que se preocupar, dentre outras coisas, com:

  • hospedagem;
  • alimentação;
  • transporte;
  • telefone;
  • internet;
  • roupas (de inverno, principalmente);
  • mais burocracia (tradução de documentos, equivalência de estudos, taxas para tirar carteira de saúde, habilitação), etc.

Costumo dizer que $1500.00 CAD por mês é suficiente mas, claro, isso vai depender muito do padrão de vida que cada um quer ter. Tem gente que consegue viver com bem menos, tem gente que não.

E para finalizar, considere que irá passar pelo menos 4 meses procurando emprego e que vai ter que viver da renda economizada ainda no Brasil.

Agora é hora de fazer as contas! Dúvidas? Poste um comentário.

Brasileiro não cria gueto

Esta é uma das coisas que os representantes do Governo do Québec fazem questão de frisar, nas palestras de imigração Brasil afora. Morando aqui há mais de um ano eu entendo realmente o que isto quer dizer: que brasileiro não se mistura e não faz questão de se misturar. Pelo menos esta é a realidade aqui em Montreal.

Antes de vir para o Canadá eu não tinha nenhum conhecido morando aqui, fui meio que desbravador. O que eu tinha era uma idéia do que me esperava, sabia mais ou menos o que fazer no início e já tinha as minhas metas traçadas. Isto pra mim já era o suficiente para seguir em frente.

Nestes quase 14 meses morando aqui, se eu disser que não conheci nenhum Brasileiro eu estaria mentindo. Conheci alguns, da pra contar nos dedos, mas infelizmente são a minoria na minha rede de conhecidos e amigos.

Pra falar a verdade, não me sinto na obrigação de me relacionar com alguém só porque este alguém é brasileiro. Também não sou de forçar a barra, não sou de correr atrás de ninguém. Na minha concepção uma amizade ou relacionamento, com quem quer que seja, brasileiro ou não, começa com uma afinidade que tem que ser, obviamente, recíproca. Esta afinidade pode ser política, religiosa, financeira, profissional, musical, esportiva, etc. Tem também a história do “santo bater”: se o seu santo bateu com o meu, então isto é um bom sinal. Se não bateu, bola pra frente.

Este é um parâmetro razoável, mas não seria o único que explicaria o porquê de brasileiro não se misturar.

Eu tenho esta teoria que classifica o imigrante em dois grupos: o preparado e o deslumbrado.

O preparado é aquele que tem um excelente background, é bem sucedido no Brasil, avaliou bem as chances e oportunidades de se dar bem aqui, veio realmente preparado e, ao chegar aqui, rapidamente teve uma boa colocação no mercado de trabalho. Pro imigrante preparado, ter êxito no projeto de imigração, alcançar um bom padrão de vida é questão de tempo.

Já o deslumbrado é aquele que vem pra cá atrás do sonho americano (que não existe), é o que acha que tudo é perfeito, que aqui é um paraíso cor-de-rosa, que vai chegar aqui e tudo vai acontecer como que num passe de mágica, que alguém vai bater à sua porta e oferecer um excelente emprego, com um excelente salário, etc. Este tipo de imigrante geralmente quebra a cara quando chega aqui.

Let’s cut the bullshit.

Ser bem sucedido, ter uma vida melhor é, com certeza, uma das razões que leva alguém a trocar de país. E é isso que todo bom imigrante quer mostrar pra todo mundo, não é verdade?

O problema é que nem todo mundo tem algo positivo para mostrar e aí se retrai, se isola. Pode até ser que existam outros motivos, mas pessoalmente eu acredito que quem não mostra a cara, não o faz é por vergonha.