Desmistificando o sistema de pontos do processo de imigração

Olá pessoal, o post de hoje, é também em resposta ao comentário de um visitante aqui do Blog. O Rodrigo Domingues perguntou qual seria o número de pontos que seria atribuído por cada filho pequeno, como vocês podem ver aqui: http://www.pedrosilva.com.br/blog/a-moleza-esta-acabando/#comment-2240

Rodrigo, a resposta para esta pergunta está no próprio site do Ministério de Imigração do Québec. Neste link http://www.immigration-quebec.gouv.qc.ca/fr/immigrer-installer/travailleurs-permanents/demande-immigration-general/conditions-requises/index.html você vai encontrar outros links para coisas bem interessantes, tais como: Lista das profissões em demanda (e a quantidade de pontos atribuída a cada profissão); Informações sobre os testes que agora são obrigatórios para comprovar os conhecimentos em francês e/ou inglês; e, finalmente, a Tabela com todos os critérios (e seus respectivos pontos) do processo.

Como tenho dito, e volto a enfatizar, toda informação sobre o processo pode ser encontrada nas fontes oficiais, que são os sites do Ministério de Imigração do Québec e do Ministério de Cidadania e Imigração do Canada. E toda informação segura e oficial são as que estão nestes sites.

Portanto, sempre que puderem, gastem bastante tempo lendo e relendo todas as informações, visitando e revisitando todos os links disponíveis. A informação está lá, basta saber procurar.

Abraço a todos.

Reflexão rápida sobre mudanças no processo de imigração

Esta seria uma resposta ao comentário do meu camarada André Scheffler (http://www.pedrosilva.com.br/blog/a-moleza-esta-acabando/#comment-2220), que começou a se alongar, e achei que seria melhor dedicar um post inteirinho a ela.

André falou algo que considero de suma importância: Andar com as próprias pernas. Sempre tive isto como objetivo quando chegasse aqui, de não depender de ajuda financeira alguma do governo, por dois motivos: Primeiro por orgulho próprio; Segundo por convicção de que eu conseguiria me estabelecer rapidamente, começaria a trabalhar e assim poderia me sustentar como sempre fiz, sem depender de ninguém, sem dever nada a ninguém.

Muitos de vocês podem pensar: mas poxa, a ajuda está aí, a gente tem direito, por que não utilizá-la? Concordo com quem pensa assim e sou inteiramente a favor de quem as utiliza, quando se faz por necessidade. Entretanto, sou veementemente contrário a quem o faz por por safadeza e descaração, como já vi muita gente fazendo. Estes, que se julgam espertos, que vivem às custas do governo e dos programas sociais, são no fundo os que estão forçando o governo a tomar estas medidas restritivas em relação a imigração.

Já disse isso aqui antes e volto a dizer, a imigração para o governo canadense, nada mais é do que uma forma para movimentar a economia. Mais pessoas trabalhando geram mais impostos e tributos para ajudar a manter todos os programas sociais e serviços que o governo oferece à sociedade.

À medida em que os imigrantes chegam aqui e não conseguem (ou não querem) se inserir no mercado de trabalho a imigração passa a ser desvantajosa, já que ao invés de arrecadar mais dinheiro, o governo agora tem que gastar mais para ajudar estas pessoas.

Pesquisas tem sido realizadas nas grandes regiões metropolitanas, sobretudo na GTA (Greater Toronto Area) e mostram que a maior parte dos desempregados e/ou desocupados são imigrantes. Independente das razões para isto ter acontecido, o governo, tendo isso como parâmetro, passa a enxergar a imigração com outros olhos. Alguma coisa pode ter dado errado no processo de seleção destas pessoas e, por consequência, medidas tem que ser tomadas para evitar que isso continue acontecendo.

As mudanças estão ai para todo mundo ver, começaram devagar…

A moleza está acabando

Eu demorei muito tempo para abordar este assunto aqui no blog, mas o fato é que o processo de imigração está ficando mais “exigente”. Algumas mudanças já tinham sido implantadas no processo Federal, que passou a limitar em 30 mil pedidos de imigração por ano, 1000 por cada profissão em demanda, para as aplicações sem oferta de emprego. Além disso, o governo estava, de certa forma, impondo às províncias – leia-se Québec – para diminuir o número de imigrantes aceitos por ano.

Foi só uma questão de tempo para as coisas mudarem também no processo do Québec. Outras questões como cortes no orçamento também foram decisivas para que estas mudanças acontecessem. Mas o que mudou?

O escritório de imigração do Québec no Brasil não processa mais os pedidos de imigração. Agora, o candidato terá que enviar os documentos para o México, onde serão analisados para só depois serem transferidos para o Brasil, para a entrevista. Ainda com relação ao processo do Québec, agora o candidato terá que comprovar o nível de francês e/ou inglês através de testes oficiais.

No caso da parte federal do processo, que é quando o candidato já selecionado pelo Québec irá solicitar o visto de imigrante junto ao Governo do Canadá, agora os documentos terão que ser traduzidos, o que era facultativo já que as demandas eram processadas pelo Consulado do Canadá em São Paulo, e serem enviados para o Centro de Tratamento de Demandas em Sydney, Nova Scotia, no Canadá.

Todas estas medidas implicam em duas coisas: primeiro: o candidato terá que se preparar melhor, por conseqüência irá gastar mais tempo até começar o processo; segundo: o custo total irá aumentar, tendo em vista todas as novas despesas de tradução, testes e de envio de documentos.

O que eu acho disso tudo? Bom, é claro que o processo ficou mais difícil. Por outro lado, o bom disso é que os indecisos e os que não levam imigração a sério ficarão mais estimulados a não prosseguir com o processo. Isso ajudará a filtrar ainda mais as pessoas que estão vindo pra cá. Quem está determinado, assim como eu fui um dia, não vai se desencorajar e vai passar por todas as barreiras até chegar aqui.

Agora, com todas estas “novas dificuldades” o Canadá ainda é um país relativamente fácil para imigração; nada mudou com relação à cidadania, que ainda é “concedida” após 3 anos morando aqui e, isto, não se vê em lugar nenhum no mundo.

Aos futuros imigrantes: coragem e determinação. Perseverança sempre, desistir jamais!

Dois anos de Canadá: Eu me comunico, logo existo.

27 de julho de 2009, há exatos dois meses eu completei 2 anos aqui no Canadá. Também fazem 2 meses que eu tento escrever sobre este assunto, mas tinha sempre alguma coisa acontecendo “dans mon entourage”, que acabava sempre ficando pra depois.

Bom, e como tem muita coisa pra contar, não vou me alongar para não ficar chato e cansativo. A idéia é fazer um post abordando cada assunto, ou assuntos interligados, falar dos projetos concretizados (ou não), enfim, contar um pouco da minha vivencia de imigrante.

Tá, vamos parar com esta enrolação e ir direto ao que interessa?

O assunto que escolhi para iniciar esta série de posts é justamente algo intrinsicamente ligado ao dia-a-dia de qualquer imigrante: lidar com um (ou dois) novos idiomas.

Antes de vir para o Canadá….

Bom, eu estudo inglês desde os 11 anos de idade. Basicamente aprendi inglês na escola e em cursinhos tipo Fisk e afins mas nunca tive saco para concluir um curso de inglês. Cheguei num ponto em que eu não aprendia mais nada, afinal raríssimas foram as vezes em que tive aulas com professores nativos (problema de se morar no interior…). E sem ninguém para praticar, ficava só naquela de gramática, gramática e gramática. Um dia resolvi que seria melhor praticar escutando música e vendo filmes e seriados de TV, o que realmente deu certo e me ajudou bastante a melhorar minha compreensão e a ter mais vocabulário. Mas, continuava com o problema de não ter com quem conversar para praticar.

No caso do francês, antes de decidir imigrar para o Québec eu não sabia nem mesmo falar bonjour. Então tive que meter as caras, foram 3 anos ininterruptos estudando na Aliança Francesa. Este curso foi muito bom, ao ponto de eu achar que falava francês, o que vim a descobrir que não era verdade ao pisar os pés em Montréal.

Aprendendo a me comunicar

Levei umas duas semanas para acostumar meu ouvido com o francês falado aqui. Por sorte, eu fiquei hospedado numa homestay famille d’accueil, o que me ajudou bastante porque eu era forçado a falar (ou tentar falar) francês o tempo todo.

Além disso, estudei francês durante 7 semanas numa escola de idiomas e em seguida comecei a francisation, onde fiz duas sessões (6 meses) de um curso de conversação. Este curso foi muito bom porque era justamente focado em québécois.

E por fim, eu ficava assistindo TV em francês na maior parte do tempo: jornais, séries e filmes.

Com relação ao inglês, como eu tinha mais experiência, não tive muita dificuldade em me expressar, muito embora meu sotaque fosse horrível. Ainda não tive oportunidade para fazer um bom curso de inglês, o que pretendo tão logo surja uma oportunidade, mas eu já percebo melhoras substanciais.

Na verdade, na maior parte do tempo eu estou me comunicando em inglês, que é o idioma oficial lá na empresa onde eu trabalho, então estou sempre praticando e ficando melhor a cada dia :)

No geral, não demorei mais do que 6 meses para atingir um bom nível de comunicação.

O que foi planejado e o que foi alcançado?

Me tornar fluente em francês e em inglês era uma das minhas metas para o primeiro ano de imigração. Mas logo eu percebi o quão absurda esta meta era.

A minha definição de fluência é a seguinte: Para eu ser fluente em algum idioma, eu tenho que ter o mesmo nível de proficiência no meu idioma nativo. Isto inclui aspectos, tais como: Ter um sotaque adequado, pronunciar corretamente as palavras, entoar corretamente as frases, ter um bom universo de vocabulários, dominar bem a gramática.

Obviamente, em um ano não é possível atingir a perfeição em nenhum destes quesitos e, por conta disto, eu não me considero fluente nem em francês, nem em inglês.

O que não significa que eu não fale francês nem inglês. Em qualquer um destes idiomas eu sou capaz de compreender o que falam comigo e de me fazer entender. Eu sou capaz de me engajar em qualquer conversação, sobre qualquer assunto, e vou conseguir expor meu ponto de vista.

Com o tempo, você percebe que isto é o que realmente importa: entender e ser entendido e aí você desencana.

Então é isso, embora eu não tenha conseguido cumprir a meta de ser fluente nos idiomas locais, eu tenho a sensação de dever cumprido. Tenho também a certeza de que um dia eu vou chegar no nível que tanto almejo, é questão de determinação, prática e de dar tempo ao tempo.

Stay tunned for the next episodes!!

Primeiro Ministro Canadense visita o Brasil

Stephen Harper, Primeiro Ministro Canadense, visita o Brasil pela primeira vez. Embora esta notícia tenha sido pouco noticiada no Brasil, talvez ofuscada por uma crise econômica que se pronuncia, ela teve destaque nos principais meios de comunicação aqui do Canadá.

Stephen Harper no Brasil. Photo: La Presse Canadienne / Adrian Wyld

O que de bom esta notícia traz para nós, imigrantes (ou futuros imigrantes) brasileiros? Eu diria que temos pelo menos duas novidades:

Acordo sobre transporte aéreo

A primeira diz respeito a assinatura de um acordo sobre transporte aéreo entre os dois países, com o objetivo de aumentar o número de destinações, serviços aéreos e reduzir os preços. Como todos sabemos, o único vôo direto entre Brasil e Canadá é operado pela Air Canada, no trajeto Toronto – São Paulo e por isso, ficamos à mercê desta companhia, tendo que pagar preços absurdos, por falta de opção. Eu espero que este cenário mude, que tenhamos mais vôos entre Brasil e Canadá, não somente partindo de São Paulo e não somente chegando em Toronto e com preços realistas.

Acordo Previdenciário entre Brasil e Canadá

Eu já havia falado sobre isto num post antigo, mas me parece que o acordo está finalmente sendo concluído. Ele  foi finalmente assinado ontem, 08 de agosto de 2011, no Palácio do Planalto, conforme vocês podem verificar neste link (espero que estes putos da previdência social não mudem de novo o site e percam todas as notícias, como fizeram da última vez): http://www.mpas.gov.br/vejaNoticia.php?id=43264

Para nós, que moramos no Québec, continuamos a espera que esta província assine logo o acordo com o Brasil, para que possamos aproveitar o tempo de contribuição do Brasil aqui (e vice-versa). Me parece, ainda de acordo com o link acima, que isto está sendo arranjado para que aconteça logo. Vamos esperar pra ver.