Minha esposa finalmente Residente Permanente

Esta novidade já tem quase um mês, fazia tempo que queria compartilhar aqui no blog, mas o tempo está muuuuito escasso ultimamente.

Para quem não sabe, eu estava fazendo o processo de sponsor da minha esposa. Quando ela veio para cá em 2010, ela veio como estudante e, uma vez aqui, demos entrada no processo que finalmente acabou no dia 21 de março de 2012, após exatos 1 ano e 4 meses de processo.

Social Insurance Number

O processo em si foi super tranquilo, mas esta demora foi de matar. Um coisa boa, que mudou recentemente neste processo, é que quando se aplica de dentro do Canadá, não há mais a necessidade de sair do país e voltar para poder validar a imigração. Tudo é feito com data e hora marcada e, na ocasião, ainda é possível pegar na hora o número de seguro social. Ficou muito mais prático.

O processo

O processo de Sponsor (Regroupement Familial) permite que um cidadão ou residente permanente “apadrinhe” seu cônjuge, filhos, ou pais. Apadrinhar significa que você será responsável financeiramente por esta pessoa durante 3 anos e, diante deste compromisso, o governo aceita receber esta pessoa como residente permanente.

Existem duas formas de aplicar este processo: 1) Residente Permanente no Canadá, pessoa que será apadrinhada no país de origem (Brasil, para os brasileiros); 2) Residente Permanente e pessoa que será apadrinhada ambos no Canadá.

No nosso caso, fizemos a opção 2, mas se eu pudesse voltar no tempo eu teria feito a opção 1. Porquê? Primeiro pelos custos: Como minha esposa veio como estudante, tivemos que arcar com matrícula, mensalidades e seguro de saúde o que nos custou alguns milhares de dólares. Segundo, como o objetivo do processo de sponsor é reunir os membros da família, se as pessoas já estão juntas no Canadá, o processo deixa de ser prioritário. Terceiro: A pessoa que está aqui não pode trabalhar (trabalho ilegal não era uma opção que cogitávamos), pode fazer faculdade, mas não pode cursar alguns cursos (especialmente os da área de saúde) e os custos são altíssimos. Quarto: é preciso ficar renovando a situação da pessoa apadrinhada no país, ou seja, se ela veio como estudante, tentar renovar o visto de estudante ou mudar para um visto de turista. O problema disso é que existe sempre a possibilidade do governo negar este novo visto e a pessoa ter que sair do país. No ato do envio do processo (opção 2) é possível pedir um visto de trabalho, mas este visto costuma demorar pra ficar pronto, correndo o risco até de ficar pronto quando o de residente permanente já está também sendo finalizado.

Se tivéssemos feito a opção 1, minha esposa teria ficado no Brasil por alguns meses a mais, mas seu processo seria tratado com urgência, já que os processos de reagrupamento familiar tem alta prioridade nos Consulados, passa na frente de todo mundo que tiver fazendo o processo de imigração convencional. Teria sido chato no início, pois estaríamos longe um do outro, mas rapidamente o seu visto iria ficar pronto e, uma vez aqui, ela já estaria com tudo certo para dar continuidade à sua vida.

Conselho que não dou a ninguém

Se você passar por esta situação, não faça do mesmo jeito que eu fiz. Opte por ficar separado por um tempo e faça o processo com seu cônjuge no Brasil, vai ser melhor pra ele/ela. Acredite em mim.

Depois não diga que eu não avisei.

Desmistificando o sistema de pontos do processo de imigração

Olá pessoal, o post de hoje, é também em resposta ao comentário de um visitante aqui do Blog. O Rodrigo Domingues perguntou qual seria o número de pontos que seria atribuído por cada filho pequeno, como vocês podem ver aqui: http://www.pedrosilva.com.br/blog/a-moleza-esta-acabando/#comment-2240

Rodrigo, a resposta para esta pergunta está no próprio site do Ministério de Imigração do Québec. Neste link http://www.immigration-quebec.gouv.qc.ca/fr/immigrer-installer/travailleurs-permanents/demande-immigration-general/conditions-requises/index.html você vai encontrar outros links para coisas bem interessantes, tais como: Lista das profissões em demanda (e a quantidade de pontos atribuída a cada profissão); Informações sobre os testes que agora são obrigatórios para comprovar os conhecimentos em francês e/ou inglês; e, finalmente, a Tabela com todos os critérios (e seus respectivos pontos) do processo.

Como tenho dito, e volto a enfatizar, toda informação sobre o processo pode ser encontrada nas fontes oficiais, que são os sites do Ministério de Imigração do Québec e do Ministério de Cidadania e Imigração do Canada. E toda informação segura e oficial são as que estão nestes sites.

Portanto, sempre que puderem, gastem bastante tempo lendo e relendo todas as informações, visitando e revisitando todos os links disponíveis. A informação está lá, basta saber procurar.

Abraço a todos.

Reflexão rápida sobre mudanças no processo de imigração

Esta seria uma resposta ao comentário do meu camarada André Scheffler (http://www.pedrosilva.com.br/blog/a-moleza-esta-acabando/#comment-2220), que começou a se alongar, e achei que seria melhor dedicar um post inteirinho a ela.

André falou algo que considero de suma importância: Andar com as próprias pernas. Sempre tive isto como objetivo quando chegasse aqui, de não depender de ajuda financeira alguma do governo, por dois motivos: Primeiro por orgulho próprio; Segundo por convicção de que eu conseguiria me estabelecer rapidamente, começaria a trabalhar e assim poderia me sustentar como sempre fiz, sem depender de ninguém, sem dever nada a ninguém.

Muitos de vocês podem pensar: mas poxa, a ajuda está aí, a gente tem direito, por que não utilizá-la? Concordo com quem pensa assim e sou inteiramente a favor de quem as utiliza, quando se faz por necessidade. Entretanto, sou veementemente contrário a quem o faz por por safadeza e descaração, como já vi muita gente fazendo. Estes, que se julgam espertos, que vivem às custas do governo e dos programas sociais, são no fundo os que estão forçando o governo a tomar estas medidas restritivas em relação a imigração.

Já disse isso aqui antes e volto a dizer, a imigração para o governo canadense, nada mais é do que uma forma para movimentar a economia. Mais pessoas trabalhando geram mais impostos e tributos para ajudar a manter todos os programas sociais e serviços que o governo oferece à sociedade.

À medida em que os imigrantes chegam aqui e não conseguem (ou não querem) se inserir no mercado de trabalho a imigração passa a ser desvantajosa, já que ao invés de arrecadar mais dinheiro, o governo agora tem que gastar mais para ajudar estas pessoas.

Pesquisas tem sido realizadas nas grandes regiões metropolitanas, sobretudo na GTA (Greater Toronto Area) e mostram que a maior parte dos desempregados e/ou desocupados são imigrantes. Independente das razões para isto ter acontecido, o governo, tendo isso como parâmetro, passa a enxergar a imigração com outros olhos. Alguma coisa pode ter dado errado no processo de seleção destas pessoas e, por consequência, medidas tem que ser tomadas para evitar que isso continue acontecendo.

As mudanças estão ai para todo mundo ver, começaram devagar…

A moleza está acabando

Eu demorei muito tempo para abordar este assunto aqui no blog, mas o fato é que o processo de imigração está ficando mais “exigente”. Algumas mudanças já tinham sido implantadas no processo Federal, que passou a limitar em 30 mil pedidos de imigração por ano, 1000 por cada profissão em demanda, para as aplicações sem oferta de emprego. Além disso, o governo estava, de certa forma, impondo às províncias – leia-se Québec – para diminuir o número de imigrantes aceitos por ano.

Foi só uma questão de tempo para as coisas mudarem também no processo do Québec. Outras questões como cortes no orçamento também foram decisivas para que estas mudanças acontecessem. Mas o que mudou?

O escritório de imigração do Québec no Brasil não processa mais os pedidos de imigração. Agora, o candidato terá que enviar os documentos para o México, onde serão analisados para só depois serem transferidos para o Brasil, para a entrevista. Ainda com relação ao processo do Québec, agora o candidato terá que comprovar o nível de francês e/ou inglês através de testes oficiais.

No caso da parte federal do processo, que é quando o candidato já selecionado pelo Québec irá solicitar o visto de imigrante junto ao Governo do Canadá, agora os documentos terão que ser traduzidos, o que era facultativo já que as demandas eram processadas pelo Consulado do Canadá em São Paulo, e serem enviados para o Centro de Tratamento de Demandas em Sydney, Nova Scotia, no Canadá.

Todas estas medidas implicam em duas coisas: primeiro: o candidato terá que se preparar melhor, por conseqüência irá gastar mais tempo até começar o processo; segundo: o custo total irá aumentar, tendo em vista todas as novas despesas de tradução, testes e de envio de documentos.

O que eu acho disso tudo? Bom, é claro que o processo ficou mais difícil. Por outro lado, o bom disso é que os indecisos e os que não levam imigração a sério ficarão mais estimulados a não prosseguir com o processo. Isso ajudará a filtrar ainda mais as pessoas que estão vindo pra cá. Quem está determinado, assim como eu fui um dia, não vai se desencorajar e vai passar por todas as barreiras até chegar aqui.

Agora, com todas estas “novas dificuldades” o Canadá ainda é um país relativamente fácil para imigração; nada mudou com relação à cidadania, que ainda é “concedida” após 3 anos morando aqui e, isto, não se vê em lugar nenhum no mundo.

Aos futuros imigrantes: coragem e determinação. Perseverança sempre, desistir jamais!