Relatos das Férias Final – Barrados no Baile

De malas prontas para voltar para o Canadá, saímos de Porto Seguro por volta de 13:30,  rumo ao aeroporto de Guarulhos – SP. Nosso vôo de volta ao Canadá seria no mesmo dia, às 20:30, então estávamos tranquilos.

Tínhamos combinado com a Rose, minha prima que mora em São Paulo, de fazermos algo neste meio tempo, entre um vôo e outro. Estávamos com 5 volumes: 4 malas e um quadro, que ganhamos de casamento, e foi o jeito deixar tudo num guarda volumes enquanto saímos por São Paulo.

Fomos para a casa da minha tia, que havia feito um café para nos esperar. Tomamos café, fizemos aquele lanche delicioso, batemos papo e voltamos para o aeroporto.

Chegando lá, fomos pegar as malas no guarda-volumes e nos dirigimos ao guichê da Air Canada para fazer o checkin. Entreguei meu passaporte e o da minha esposa. Vendo que eu era imigrante, o atendente logo pediu pra ver meu Cartão de Residente Permanente. Apresentei meu cartão, ele conferiu minha documentação e partiu para verificar a documentação da minha esposa.

Olhou uma, duas vezes, conferiu tudo, olhou para a gente e falou: O visto dela está expirado, ela não pode embarcar. Espantado, argumentamos, que havíamos renovado o visto antes de sair e que estava tudo correto. Então ele nos informou que o que tínhamos renovado foi a permissão de estudos, que daria direito de permanecer no país por mais um tempo, mas que para viajar era preciso do visto e que o dela tinha expirado há algumas semanas.

Ainda tentei argumentar, informando que antes da viajem eu havia conversado com a Imigração aqui no Canadá e que eu havia sido informado que com o documento que recebemos (permissão de estudos) minha esposa poderia entrar tranquilamente no Canadá, mas o atendente não permitiu e tivemos que ficar em São Paulo. Imaginem a nossa cara de satisfação neste momento!!

Explicando a situação

Minha esposa está no Canadá com um visto de estudante. Quem tem este tipo de visto, ao chegar no Canadá e passar pela imigração, recebe uma permissão de estudos que é um documento autorizando a estadia com o propósito específico de estudar. Este documento contém algumas informações, tais como: data que a pessoa entrou no país, data que ela deve sair (esta data pode ser menor do que o período de validade do visto), se a pessoa pode trabalhar ou não, dentre outras.

Meses depois da sua chegada ao Canadá, demos entrada no seu processo de residência permanente  e junto entramos com um pedido para renovar o seu visto de estudante. Como ela já estava no Canadá, ao invés de renovarem o visto, renovaram somente a permissão de estudos. A nova permissão chegou pelo correio e isto nos causou um certo estranhamento, já que estávamos esperando que pedissem que enviássemos o passaporte, para que o novo visto fosse colado. Por conta disso, ligamos na imigração e perguntamos se com este documento seria possível sair e entrar no país e o agente de imigração informou que não haveria problemas algum.

Tudo certo, viajamos tranquilos pro Brasil.

Voltando ao problema do visto

Passado o nervosismo, o susto, e a sensação de impotência, já havíamos nos conformado que teríamos que pedir um novo visto, mas eu estava muito preocupado porque não queria deixar minhas esposa sozinha em São Paulo. Nós sabíamos que um visto demoraria um certo tempo para ser emitido, mas eu tinha que voltar para o Canadá porque minhas férias tinham acabado.

Ainda no aeroporto, o atendente nos encaminhou para a loja da Air Canada. Lá chegando, um funcionário nos informou que quando estes imprevistos ocorrem, eles entram em contato com o Consulado do Canadá e pedem atendimento prioritário para que a pessoa possa ter um novo visto em 24 horas. Ele então tirou uma cópia da passagem aérea, do passaporte e do visto da minha esposa e encaminhou via email para o Consulado. Fomos informados que deveríamos estar no Consulado, antes do horário de expediente, na segunda-feira, para ver se seríamos atendidos.

Bom, não tinha outra coisa a fazer a não ser ir pra casa. Felizmente, eu tenho família em São Paulo e minha prima, que estava conosco durante este episódio, gentilmente se ofereceu para nos hospedar.

Durante o fim de semana, o jeito foi tentar aproveitar um pouco de São Paulo. Como minha esposa não conhecia a cidade, fizemos um passeio pelos principais pontos turísticos. Ainda teve um churras na casa da minha prima, enfim, foi bom pra caramba. Mas mesmo com tudo isso, ainda não conseguíamos nos livrar da tensão de ter que ir ao Consulado e não ser atendido no mesmo dia, ou até mesmo dela ter o visto negado.

Na segunda-feira, acordamos cedinho. Na verdade, quase não dormimos. Chegamos lá no prédio do Consulado umas 7:30 da manhã. Pouco depois das 8, conseguimos falar com uma atendente do Consulado e explicamos a nossa situação. Na mesma hora ela ligou para uma funcionária do Consulado, que já estava ciente do problema da minha esposa e prontamente a orientou no procedimento para tirar o novo visto: pagar a taxa (R$ 125,00), tirar foto e voltar ao Consulado para preencher os formulários.

Fomos tirar as fotos, em seguida esperamos o banco abrir (só abre a partir das 10:00). Pagamos a taxa, pegamos as fotos e ela voltou ao Consulado. Uma hora depois ela voltou e informou que teria que retornar ao Consulado a partir das 15:00 para pegar o visto.

Ficamos tranquilos, fomos almoçar e passear pelo Shopping D&D, que fica ao lado do prédio do Consulado. Às 15:00 lá estava minha esposa na fila do Consulado de novo. Alguns minutos depois e ela foi autorizada a subir. Desta vez a demora foi maior e eu já estava ficando preocupado: pensei que alguma coisa poderia estar dando errado e, ainda por cima, precisávamos estar no aeroporto as 18:00 para ainda resolver os detalhes da passagem aérea e embarcar. As 16:30 ela desceu, já com o passaporte nas mãos e com o visto. Nossa, que alívio. Agora a nossa preocupação era saber se ia dar tempo chegar em casa, pegar as malas e ir pro aeroporto. Imagine ai, pegar a marginal Pinheiros e Tietê na hora do rush?!?!

Mais um final feliz…

Mais uma vez, a sorte estava do nosso lado. Uma outra prima que trabalhava na região do Consulado nos deu uma carona e conseguimos chegar em casa por volta das 17:30. Só deu tempo de tomar um banho rápido, jogar as malas no carro e ir pro aeroporto.

Lá ainda foram uns 20 minutos para conseguir a nova passagem. Paguei 300 dólares de multa para conseguir remarcá-las e, mesmo assim, a reserva veio sem confirmação de assentos, que só conseguimos saber na hora do embarque.

Bom, nós estávamos tão exaustos que apagamos logo depois do jantar. Acordamos já chegando em Toronto. Passamos pela imigração tranquilamente, trocamos as malas de esteira e fomos esperar o voo para Montréal. Nunca fui tão feliz de estar de volta ao Canadá.

Relatos das Férias Parte 2

Cheguei em Brasília exatamente uma semana antes do meu casamento. A ansiedade que antes era para chegar no Brasil passou a ser pelo casamento que se aproximava.

Famosa foto de Brasília, tirada a partir da Torre de Tv.

O tempo passou muito rápido em Brasília, a semana foi cheia de preparativos para o casamento como: fazer prévia de fotos, escolher roupa, escolher músicas, pegar família e amigos no aeroporto, etc. Com tudo isso acontecendo, não sobrou tempo para ver todos os amigos, o que me deixou um pouco chateado, mas tive que conviver com isso.

Pelo menos rolou um almoço com a galera!

O Grande Dia

Passada toda a correria, todos os preparativos, chegou o momento pelo qual todos estávamos esperando. Eu tinha uma idéia de que a noite seria maravilhosa, mas tudo o que aconteceu superou todas as minhas expectativas.

Não preciso dizer que minha mulher era a mulher mais linda de todas, naquela noite. Vê-la descer as escadas e caminhar rumo ao altar, com seu Pai, em direção a mim me deu aquele frio na barriga. Era um misto de emoções que só quem casou deve saber como é.

Casamos, babe! Pela segunda vez!

Após muita farra na festa que deu seguimento à cerimônia, a noite terminou num hotel na beira do lago Paranoá. Antes porém, paramos por alguns cartões postais de Brasília para tirar algumas fotos insólitas… Coisas que só a bebida faz por você!

Bahia

Depois do casamento, logo na segunda-feira, fomos para a Bahia. Passamos o resto das férias em Eunápolis, Porto Seguro e Vitória da Conquista. Foram duas semanas de muito sossego. Calor danado que fazia, já tinha desacostumado… Matei minha saudade da praia e da comida baiana, que não tem melhor no mundo – Comi tudo que tinha direito!

Neste período, teve o batizado do meu sobrinho (e afilhado) que eu não conhecia pessoalmente, já que quando ele nasceu eu já estava aqui no Canadá. Empolguei tanto com o moleque que deu vontade de fazer um também!

Gostei, particularmente, de voltar à minha cidade natal – Vitória da Conquista, e ver como está diferente! Gostei de ver que está cada vez mais desenvolvida.

A Bahia continua linda, e vai sempre morar no meu coração. Hoje, Montréal é a minha casa, mas eu sou baiano e não nego minhas raízes. Não dá pra negar, a tradicional cultura baiana fez de mim o que eu sou hoje.

Após duas semanas tranquilas, tudo estava pronto para voltar ao Canadá, mas uma surpresa nos esperava…

Relatos das Férias Parte 1 – A chegada

Estou de retorno ao Canadá, após 3 semanas de férias em Terras de Santa Cruz. Os dias que precederam minha viagem foram cheios de ansiedade, pela primeira vez em quase dois anos a vontade de voltar ao Brasil falava cada vez mais alto. Minha esposa já estava lá há pelo menos duas semanas, terminando os preparativos do nosso segundo enlace matrimonial e eu já estava contando os dias para revê-la. Não só ela, como também minha família e amigos que lá deixei.

O grande dia chegou, o vôo entre Montreal e São Paulo, via Toronto, ocorreu tranquilamente. A Air Canada até que não decepcionou (também, pelo preço que cobram…) e chegamos em São Paulo dentro do horário estipulado.

Próximoooooo

Cheguei em São Paulo / Guarulhos aproximadamente às 09:30 e estava até tranquilo já que eu tinha um outro vôo para Brasília partindo ao meio dia e trinta. Cheguei ao setor de imigração e aí tive um “choque” de Brasil. Primeiro foi o calor que fazia na sala, em poucos minutos eu já estava todo suado. Segundo as filas enormes, tanto para brasileiros quanto para estrangeiros – esperei entre uns 25 a 30 minutos para ser atendido. Agora o mais engraçado foi ficar escutando os atendentes gritando “Próximooooo” para chamar as pessoas que estavam na fila para serem atendidos – parecia uma feira – e olha que tinham painéis eletrônicos para indicar qual guichet estaria livre, mas estavam desligados.

Após passar pela imigração, fiquei morfando em frente a esteira por uns 45 minutos até conseguir recolher a única bagagem que havia despachado. Neste momento eu já não estava mais tão tranquilo assim pois já estava atrasado para fazer o checkin do meu outro vôo. Saindo da esteira peguei uma filinha de uns 5 minutos na aduana, mas foi tranquilo.

Pior que depois de toda esta espera, correria pra fazer checkin, calor infernal, não deu tempo nem de tomar uma Devassa gelada para relaxar. Já tive que ir pro embarque pois já tavam chamando para o vôo para Brasília.

Happy Ending in Brasilia

Quem me conhece pessoalmente sabe que tenho uma relação de amor e ódio com Brasília. Pelo menos, neste dia, eu estava realmente feliz de estar lá, de ver minha esposa e sua família me esperando no aeroporto e de ter a certeza que teria uns momentos de paz.

Eu também estava feliz de estar de volta ao Brasil, apesar de tudo. As três semanas que seguiriam iam ser memoráveis.

 

Como ser um hóspede perfeito

Até o ano passado eu era o amigo louco que estava vindo para o Canadá e, de repente, eu passei a ser o amigo que todo mundo quer visitar – aposto que muita gente que veio pra cá já passou um dia por isso.

Agora que já estou estabilizado e com a casa pronta, já começam a surgir convites de toda parte para hospedagem free. Pensando nisso, eu resolvi colocar aqui algumas dicas, tiradas do Lifehacker, aos futuros candidatos a hóspede aqui em casa.

Acima de tudo, comunique-se

Os piores hóspedes, tirando aqueles que quebram as porcelanas finas e fogem com nossas filhas adolescentes, são de longe os mau comunicadores. Você é um hóspede na casa de alguém e mesmo que seja o mais bem-vindo de todos, você ainda será uma ruptura na rotina e agenda de seus anfitriões. Uma boa comunicação pode minimizar esta ruptura e suavizar qualquer tensão, mesmo pequena, ainda antes mesmo de acontecer.

Atualize seu anfitrião com a sua programação e procure saber a dele

Tão logo você saiba sua programação, compartilhe-a com seu anfitrião. Isso vai ajudá-lo a planejar as refeições, reorganizar a agenda pessoal e agendar algum tempo para passar com você.

Pergunte sobre a agenda dele, isto vai te ajudar muito a ser um hóspede melhor. Alem disso, ao saber sua programação com antecedência, você terá uma boa idéia de como será sua visita logo apos a chegada.

Informe antecipadamente sobre alergias, dietas especiais ou caprichos pessoais

Se você é mortalmente alérgico a algum alimento – amendoim, mariscos, etc., avise a seu anfitrião bem antes de sua chegada. Regimes especiais pode ser um assunto complicado a ser tratado e cabe a você julgar quão inconveniente pode ser para seu anfitrião seguir suas diretrizes. Além do mais, pedir a um amigo que inclua um prato vegetariano em cada refeição é melhor do que impor a ele suas regras alimentares.

Se informe das rotinas domesticas

Seu objetivo é causar o menor distúrbio possível. Procure saber os horários de dormir e acordar, bem como outras rotinas domésticas.

Esteja preparado para sua visita

Um hóspede despreparado é um tremendo encosto. Não é legal esperar que seu anfitrião planeje toda a sua viagem (diversão, itinerários) nem que te forneça todos os itens de higiene pessoal. Sendo assim, planeje-se com antecedência e assegure-se de trazer tudo o que você for precisar.

Você não está hospedado num hotel

Parte do luxo de se hospedar num hotel é pagar para ser atendido. Os funcionários do hotel existem para cuidar de você, para responder todas as suas perguntas, fazer sua cama, cuidar de suas coisas e ganhar a sua lealdade. Quando você está se hospedando na casa de um amigo, um parente ou um amigo do amigo de um amigo, você é quem está competindo pela lealdade deles. Você vai querer ser um ótimo hóspede para ser sempre bem-vindo.

Seja organizado: Arrume sua cama toda manhã, arrume seu quarto, guarde suas roupas, lave e enxugue seus pratos, não deixe seus itens de higiene pessoal espalhados pelo banheiro, esteja sempre disposto a ajudar.

Ajude nas despesas: Hospedar alguém, freqüentemente implica em comprar comida extra que normalmente você não compra, visitar pontos turísticos que você normalmente não visita e outras despesas. Enquanto muitos anfitriões ficam felizes em fazer estas despesas para passar algum tempo com você, isto não quer dizer que não exista um custo em hospedar alguém.

É legal fazer um esforço para recompensar, de alguma maneira, seu anfitrião. Considere fazer uma feira para repor tudo aquilo que você consumiu. Se o seu anfitrião não aceitar que você faça a feira ou que pague pelo que consumiu, você ainda tem duas opções: você pode enviar o dinheiro adiantado e explicar numa carta que o dinheiro deve ser usado para cobrir os custos de sua hospedagem ou você pode deixar um dinheiro com uma carta de agradecimento pela hospedagem.

Recompense seu anfitrião com um presente ou um convite para jantar: Se você tem absoluta certeza que o seu anfitrião vai se opor a receber qualquer tipo de dinheiro você pode convidá-lo a jantar ou dá-lo um presente.

Envie um bilhete de agradecimento. Quando chegar em casa, mande um bilhete agradecendo a hospitalidade. Realce uma ou duas coisas que você apreciou durante a estadia e, se possível, inclua algumas fotos de momentos juntos.

Este post é uma tradução descarada e resumida de Be a Perfect Guest in the 21st Century, mas tá valendo pra todo mundo que vier aqui pra casa.