Relatos das Férias Parte 1 – A chegada

Estou de retorno ao Canadá, após 3 semanas de férias em Terras de Santa Cruz. Os dias que precederam minha viagem foram cheios de ansiedade, pela primeira vez em quase dois anos a vontade de voltar ao Brasil falava cada vez mais alto. Minha esposa já estava lá há pelo menos duas semanas, terminando os preparativos do nosso segundo enlace matrimonial e eu já estava contando os dias para revê-la. Não só ela, como também minha família e amigos que lá deixei.

O grande dia chegou, o vôo entre Montreal e São Paulo, via Toronto, ocorreu tranquilamente. A Air Canada até que não decepcionou (também, pelo preço que cobram…) e chegamos em São Paulo dentro do horário estipulado.

Próximoooooo

Cheguei em São Paulo / Guarulhos aproximadamente às 09:30 e estava até tranquilo já que eu tinha um outro vôo para Brasília partindo ao meio dia e trinta. Cheguei ao setor de imigração e aí tive um “choque” de Brasil. Primeiro foi o calor que fazia na sala, em poucos minutos eu já estava todo suado. Segundo as filas enormes, tanto para brasileiros quanto para estrangeiros – esperei entre uns 25 a 30 minutos para ser atendido. Agora o mais engraçado foi ficar escutando os atendentes gritando “Próximooooo” para chamar as pessoas que estavam na fila para serem atendidos – parecia uma feira – e olha que tinham painéis eletrônicos para indicar qual guichet estaria livre, mas estavam desligados.

Após passar pela imigração, fiquei morfando em frente a esteira por uns 45 minutos até conseguir recolher a única bagagem que havia despachado. Neste momento eu já não estava mais tão tranquilo assim pois já estava atrasado para fazer o checkin do meu outro vôo. Saindo da esteira peguei uma filinha de uns 5 minutos na aduana, mas foi tranquilo.

Pior que depois de toda esta espera, correria pra fazer checkin, calor infernal, não deu tempo nem de tomar uma Devassa gelada para relaxar. Já tive que ir pro embarque pois já tavam chamando para o vôo para Brasília.

Happy Ending in Brasilia

Quem me conhece pessoalmente sabe que tenho uma relação de amor e ódio com Brasília. Pelo menos, neste dia, eu estava realmente feliz de estar lá, de ver minha esposa e sua família me esperando no aeroporto e de ter a certeza que teria uns momentos de paz.

Eu também estava feliz de estar de volta ao Brasil, apesar de tudo. As três semanas que seguiriam iam ser memoráveis.

 

Último post antes das férias

Este é meu último post antes de chegar no Brasil. Neste momento estou na sala de espera do aeroporto internacional de Montréal, esperando meu vôo para Toronto.

Bom, mas o que me levou a escrever este post foi a minha experiência durante a admissão à sala de embarque. Estou falando dos procedimentos de segurança.

Duas semanas atrás quando a patroa embarcou rumo à Terra de Vera Cruz ela me informou que após passar pelo detector de metais, lhe foi solicitado que se submetesse a um teste anti-drogas, que consiste em passar uma substância nas mãos e em seguida encostar a mão num leitor biométrico de um equipamento que é capaz de dizer na hora se a pessoa consumiu ou manipulou entorpecentes. Achei fantástico.

Comigo, não solicitaram que fizesse o teste anti-drogas, mas a “moça” me perguntou se eu preferia passar pelo scanner corporal ou se eu preferia a revista manual. Titubeei por um instante, pensei: “caramba, não vou ficar mostrando minha pi^%$@ pra ninguém nesse aeroporto, tabarnak!”

Percebendo que eu estava indeciso ela me disse: “ninguém vai ver nada” mas aí eu falei que preferia a revista manual e assim o fiz. Foi tranquilo.

Depois fiquei pensando: Se ninguém vê, pra que diabos eles tem uma porra dum scanner corporal no aeroporto? No mínimo, era conversa pra me enrolar.

No final saí tranquilo e com a certeza de que, pelo menos no aeroporto de Montréal, ninguém viu minha intimidade.

Bom, a tripulação da aeronave já está no portão de embarque, creio que daqui há alguns minutos estarei embarcando. Em algumas horas irei dormir e, como num passe de mágica, vou acordar ao sul da linha do equador.

Brazil, here I go. C ya!

Estou voltando para o Brasil

Brasil, meu Brasil brasileiro, meu mulato inzoneiro, vou cantar-te nos meus versos. Ô Brasil, samba que dá. Bamboleio, que faz gingá. Ô Brasil do meu amor, terra de Nosso Senhor…

Estou voltando pro Brasil!!! Já se foram quase dois anos no Canadá mas é chegada a hora de voltar. Voltar sim, mas só a passeio – que fique bem claro! Férias, para ser mais exato, as minhas primeiras férias desde que cheguei no Canadá.

Nunca pensei que fosse ficar tão ansioso para voltar pro Brasil, mas parece que quando a data vai chegando perto mais a saudade vai aumentando. Saudade que tenho da minha família e dos amigos. Só.

Passagens compradas, malas quase prontas, minha mulher já foi pra lá e já está me esperando. Projetos para viagem incluem meu segundo casamento (com a mesma mulher), batizado do meu sobrinho (e afilhado), que ainda não conheço pessoalmente e praia, moqueca, acarajé, caruru, abará, cocada, churrasco e tudo de bom que a Bahia tem pra oferecer.

Coroa Vermelha

Coroa Vermelha, BA. Eu estarei aí...

Estarei em Brasília, nos dias 20 a 28/03 e na Bahia (Eunápolis, Porto Seguro e Vitória da Conquista – não necessariamente nesta ordem) nos dias 28/03 a 09/04. Se alguém quiser me encontrar, bater um papo sobre imigração, vida no Québec, mercado de trabalho de TI ou qualquer outra coisa relacionada com imigração, deixe um comentário que eu entrarei em contato por email.

I’am Brazilian, for God’s sake!

Sábado retrasado, um amigo canadense me ligou pedindo uns conselhos para consertar seu computador. Quem é da área de TI sabe muito bem do que estou falando, mesmo que você não trabalhe necessariamente com suporte, instalação de computadores, configuração de redes, etc, para quem não é da área você é o ser todo poderoso que sabe tudo e que pode ajudá-los.

Bom, no caso deste amigo meu, o problema dele era bem simples mas como ele não estava sabendo resolver eu fui lá na casa dele e resolvi em 5 minutos. Fiquei lá um pouco mais, conversando com ele e a esposa e ao final, ao me despedir, ambos me dizem:

“¡Gracias, muchas gracias!”

Respondi em francês, e fui embora sorrindo.

Este casal é muito simpático, ele é um “contractor” (pessoa que trabalha com construção civil, seria algo como pedreiro, mas ele também é encanador e eletricista) e a esposa dele eu não tenho certeza do que faz, nunca perguntei. Os conheci através de uma amiga em comum e sempre nos encontramos, já que esta amiga está sempre fazendo umas festinhas.

Quando o conheci, a primeira coisa que ele me falou foi “¡Hola, como estás!” então eu respondi em francês, ou inglês não me lembro, e na ocasião eu disse que não falava espanhol – muito embora já tenha estudado. Aí, como bom brasileiro fui explicar que o Brasil era o único país das américas cuja língua oficial era o Português e falei toda a ladainha, questões históricas, etc.

Na segunda, terceira, quarta vez que nos encontramos ele novamente me cumprimentou em espanhol e eu sempre respondia em francês. Teve um dia que eu até ensinei como seria em português, mas não teve jeito. Isto foi se repetindo até o dia em que eu passei a responder também em espanhol.

Sábado passado, a história se repetiu, mas foi mais engraçada. Fomos à uma festa na casa de uma amiga da minha esposa e lá pelas tantas, um convidado ao notar que nós não eramos canadenses nos dirigiu a palavra em espanhol. Respondi em inglês e ele fez uma cara de espanto, como se acabara de cometer uma gafe. Aí perguntou em inglês de onde éramos e quando respondi que éramos brasileiros ele falou: “so, no spanish?” Eu disse “no, we speak portuguese”.  A partir daí a conversa girou sobre o Brasil.

Estas não foram as únicas ocasiões em que um canadense, québécois ou não, me dirigiu a palavra em espanhol e nem vai ser a última. No fundo, o que eles querem é ser gentis, é se mostrarem receptivos e abertos à pessoas vindas de outros países.

What the heck is South America, aren’t you a Mexican?

Se preparem para ouvir todo tipo de absurdo quando estiverem aqui. O típico canadense não tem noções de história e geografia como nós temos – bom, falo da minha experiência e do estudo que tive. Para muitos, não existe diferença entre as américas. Para outros, abaixo da fronteira do Rio Grande, só existe um vasto e imenso território chamado… México. Já me perguntaram também se o Brasil fazia fronteira com o México.

Muita gente também acha que fora do eixo Canada – Estados Unidos, só existem México, Cuba e República Dominicana, locais onde a maioria dos canadenses passam as férias de verão.

Enfim, venham preparados! Vocês vão se surpreender.

Ser Brasileiro significa ser Latino?

Cada dia que passa me convenço que não faço parte do esteréotipo de um típico latino-americano.  Por várias razões, mas principalmente pelo fato de não falar espanhol e de não ter raízes culturais espanholas. Culturalmente falando, o Brasil é muito distante de seus vizinhos sul americanos, ainda mais dos países centro-americanos.

Foram outras influências, outras misturas que ao longo destes mais de 500 anos fizeram de nós, brasileiros, um povo especial. O Brasil, por si só, é tão grande que pode se dar ao luxo de, ele mesmo, definir seu próprio estereótipo. (Taí um bom tema para um próximo post…)

Por isto eu sigo dizendo que sou brasileiro, não sou latino.

Acordo Previdenciário entre Brasil e Canadá

Esta notícia não é tão recente assim, mas merece destaque já que é de grande interesse tanto para os imigrantes brasileiros no canadá quanto para os que, assim como eu, estão pensando em imigrar pra lá.

Aconteceu no começo do mês (06/11), aqui em Brasília, uma reunião técnica entre membros dos governos canadense e brasileiro onde foram apresentados os sistemas previdenciários dos dois países. Nesta reunião foi também decidido que a primeira rodada de negociação formal para estabelecer um acordo previdenciário entre os dois países irá acontecer em Ottawa, no primeiro semestre de 2009.

O acordo será firmado com o governo canadense, mas também haverá um acordo específico a ser firmado com a província do Québec, já que esta possui independência constitucional.

Quem possui projetos sólidos de imigração para o Canadá, com certeza tem uma preocupação a longo prazo: Aposentadoria. Chegando no Canadá, o imigrante teria que iniciar sua vida “previdenciária” e com certeza adquirir planos de previdência complementar, para garantir um futuro mais tranquilo. E quem já vinha contribuindo com a previdência no Brasil? Não poderia fazer nada, já que não existia uma acordo entre os dois países.

Com este acordo, acredito que vai ser mais tranqüilo se aposentar la no Canadá, aproveitando o que você já havia contribuído aqui. Boa notícia para nós.

Fonte: Agência de Notícias da Previdência Social